24 de fevereiro de 2025 | FEIRA DE SANTANA

Noventa e três anos depois de conquistarem o direito de votar e serem votadas, as mulheres ainda lutam por espaço na política brasileira

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O voto feminino foi estabelecido pelo Código Eleitoral assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 24 de fevereiro de 1932. A conquista foi precedida de décadas de mobilização, e muitas das mulheres que lutaram pelo direito foram ridicularizadas e desqualificadas pela sociedade machista da época.

Foto: FGV

Pressões internas e influências externas contribuíram para isso, como explica a socióloga Clara Maria de Oliveira Araújo, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Era um período pós revolução de 30, então existia toda uma efervescência política, inclusive porque Getúlio Vargas comandou a revolução e ascendeu ao poder. Tinha uma agenda de desenvolvimento, uma agenda de mudança”.

Embora crescente na atualidade, a quantidade de mulheres na política brasileira ainda é pequena. Desde 1995, a legislação determina uma cota de gênero para as eleições legislativas, e em 2020, cada partido se tornou obrigado a ter no mínimo 30% de candidatos de um gênero e no máximo 70% de candidatos do outro. O que geralmente significa 70% homens e 30% mulheres. No entanto, organizações que defendem a maior participação de mulheres na política denunciam que muitos inscrevem candidatas laranjas apenas para cumprir a cota, além de não empenhar recursos nas campanhas femininas.

Foto: Redes Sociais

No território do sisal, percebe-se um pequeno avanço que é digno de muita comemoração. Existem municípios com mulheres à frente do executivo e também algumas presidentes de Câmara Legislativa em seus municípios.

As prefeitas Keinha (PDT) e sua Vice Gilmara Magalhães (PSD) em Araci, Pró Ninha (PT) em Lamarão, Vilma Gomes (MDB) em Cansanção, Silvania Matos (PSB) em Monte Santo e Eliete de Ito (PSD) em Nordestina, carregam a missão de garantir, por meio de sua representatividade, políticas públicas voltadas para as mulheres, já que são mais sensíveis aos desafios enfrentados pelo gênero feminino.

Mesmo eleitas democraticamente, as mulheres que estão diretamente envolvidas na política, sofrem violência política de gênero ao serem questionadas – diariamente – sobre a capacidade de gestão, liderança e desempenho a frente das pastas.

Atualmente, as mulheres são maioria do eleitorado brasileiro, compondo 53% dos eleitores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas eleições de 2022, apenas duas se elegeram como governadoras, quatro ingressaram no Senado e 91 foram eleitas como deputadas federais (17,7% das vagas). Nós já tivemos uma presidenta democraticamente eleita, mas que foi vítima de um golpe e acabou sofrendo impeachment em 2016.

Redação Massapê, com informações do TSE e Agência Brasil