Um ex-motorista de kombi, que foi casado com uma ganhadora de R$ 103 milhões da Mega-Sena, recorreu à Justiça após uma decisão de primeira instância negar seu direito a metade do prêmio. Ele alega que houve união estável antes do casamento e pede, além da divisão do valor, indenização por danos morais, totalizando R$ 66 milhões. O caso tramita em sigilo, mas foi divulgado pelo colunista Tácio Lorran, do Metrópoles.
Faça parte do nosso canal e fique por dentro das principais notícias da região sisaleira!
O casal começou a namorar em abril de 2020, ficou noivo em agosto do mesmo ano, e a mulher recebeu o prêmio da loteria em outubro, dias antes do casamento. A Justiça, no entanto, entendeu que não houve união estável, descartando a obrigação de dividir o valor. “Embora exista comprovação de um relacionamento amoroso, não há elementos suficientes para caracterizar uma união estável”, afirmou a sentença.
O ex-marido argumenta que o casal mantinha uma relação íntima antes do matrimônio, chegando a dormir juntos em um colchonete de solteiro na barraca dela. Ele também mencionou a existência de uma conta conjunta, embora sem movimentações financeiras. A mulher, porém, nega qualquer intimidade prévia, afirmando ser evangélica e que o noivado rápido foi para evitar relações sexuais antes do casamento.
A defesa do homem ainda alega que os números da aposta foram escolhidos por ele, o que a mulher contesta. A Justiça também descartou essa versão, destacando que não há provas de que ele tenha participado da escolha dos números premiados.
Bloqueio de bens
Em dezembro de 2023, a Justiça determinou o bloqueio de 50% dos bens da ganhadora, equivalente a R$ 66 milhões, mas apenas R$ 22,5 milhões foram encontrados em suas contas. Em fevereiro de 2024, 10% desse valor foi liberado. Os bens só serão totalmente desbloqueados quando o caso atingir o trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos.
A mulher, que já doou parte do prêmio para o ex-marido, seus filhos e amigas, mudou de cidade por questões de segurança após ganhar a fortuna. Seu advogado ressaltou que ela vive com parte do valor bloqueado, enquanto aguarda o desfecho do processo.
Fim do relacionamento
O casamento durou apenas nove meses e terminou, segundo a mulher, devido ao comportamento grosseiro do ex-marido. Em depoimento, ela relatou situações constrangedoras, como uma ocasião em que ele a humilhou publicamente durante uma viagem com os filhos dele. “Ele não tinha modos”, afirmou.
A defesa do homem, por sua vez, alega que o divórcio ocorreu enquanto ele estava internado por problemas cardíacos, o que a mulher nega, afirmando que a separação aconteceu antes da hospitalização.
O caso continua em disputa, com as partes tendo 15 dias para se manifestar sobre os embargos de declaração apresentados pelo ex-marido. Enquanto isso, a ganhadora da Mega-Sena aguarda o desfecho judicial para recuperar o controle total de sua fortuna.
Correio 24h