Aconteceu na noite de quarta (7), no Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), Campus Feira de Santana, a formalização de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o governo federal, a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo) e a Microsoft, com o objetivo de implementar o Programa Caminho Digital – Escola do Trabalhador 4.0, que visa promover a qualificação digital e profissional. Estiveram na solenidade representando o governo federal, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pela UFRB a reitora Georgina Gonçalves, entre outros.
Ao Conectado News, a reitora deu mais detalhes e a importância do projeto.
“Essa é uma cooperação singular, construindo uma parceria importante com o Ministério do Trabalho e Emprego, num projeto de qualificação para jovens em vulnerabilidade, hoje estamos firmando um termo relacionado a escola do trabalhador 4.0, o paradigma do trabalho, uma sociedade com conhecimento da informação, a formação desses estudantes, uma parceria com a Microsoft e a triangulação com a UFRB que passa a ser a instituição certificadora destes cursos, é um motivo de celebração, somos uma universidade de pretos, trabalhadores e filhos de trabalhadores, essa parceria diz muito sobre nós, o que o ministro e o governo que temos nesse momento”.
Como funcionará
“Na verdade, a parceria não é apenas para nós estudantes, seremos uma instituição certificadora dos diversos cursos que a escola do trabalhador 4.0 apresentará, a Microsoft fez questão de que uma universidade intercedesse nesta relação, fomos escolhidos e estamos contentes com isso”.
Construção do Campus em Feira de Santana
“À disposição da reitoria, é que somos uma universidade que cresceu na expansão, a nossa posição é sempre favorável à expansão do ensino superior, estamos no momento com tratativas no sentido de garantir a construção de um novo campus, inclusive com setores importantes da sociedade feirense, estamos nos empenhando junto ao governo federal para que esse sonho da UFRB e da comunidade de Feira seja realizado”.
Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho
Ao Conectado News, o ministro além de comentar sobre o projeto, detalhou outras pautas, como a redução da jornada de trabalho e licença paternidade.
Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho – Foto: Luiz Santos
“Primeiro, falamos de um programa importante, que é a Escola do Trabalhador 4.0, que para formar milhares de jovens brasileiros para a educação digital, ou seja, desde o letramento, passando por várias etapas, 7 trilhas, 134 cursos, essa parceria com a Universidade é essencial por que dá mais segurança aos alunos, a Microsoft não poderia, por exemplo doar o pacote Office para o Ministério, a presença universidade concretiza esse processo, por tanto, todos os alunos passam a ter direito ao uso do pacote Office sem nenhum custo. Neste momento, nossa parceria não envolve dinheiro, mas algo estratégica do ponto de vista de oportunidades para os alunos”.
Redução da jornada de trabalho para 4 horas
“É importante lembrar que estamos em um constante processo de evolução nas relações de trabalho, no Brasil e no mundo, o avanço da tecnologia em uma velocidade impensável, a inteligência artificial avançará ainda mais, tenho provocado este debate, porque entendo a questão da jornada é mais uma relação com o parlamento, que tem a incubência de reduzir a jornada do país, a última vez que isto foi discutido foi na Constituinte. Temos dois debates: a jornada máxima e a de 4 dias, muita gente se preocupa quando falamos sobre isso, o trabalho pode acontecer em 4 dias da semana, mas a empresa funcionar sete dias por semana, 365 dias no ano a depender de sua atividade, por tanto, é necessário organizar, se você tem um processo onde o trabalhador se sente satisfeito na sua relação de jornada com a de trabalho, este será uma pessoa mais feliz, podendo contribuir muito com o ambiente, evitando acidentes, a doença emocional, tornando o ambiente melhor. A economia está em processo de crescimento, creio que isso é um debate global, não é só para a economia brasileira, pois, o que é mais barato em uma sociedade, manter milhões de pessoas desempregadas com a evolução da inteligência artificial, sem possibilidade alguma de ocupação, ou ter todo mundo trabalhando? Para a melhor saúde mental da sociedade, é melhor ter todos trabalhando”.
Geração de Empregos
“Estamos fazendo, creio que depois da retomada, após o governo Bolsonaro (PL), estamos gerando emprego no país, com 18 meses de governo Lula (PT), foram gerados mais de 2 milhões de novos empregos com carteira assinada, dos 102 milhões de ocupados no Brasil, 42 milhões e 600 mil são de carteira assinada, evidente que temos provocado o debate para falar da qualidade desse emprego e da remuneração, que tem sido baixa em várias atividades, é preciso chamar atenção dos empregadores, mas também dos sindicatos que também precisam pautar esse debate, pois o governo não faz tudo sozinho, existem muitas tarefas que cabem aos trabalhadores se organizarem para as convenções coletivas responderem a isso, por exemplo, quando fui ministro em 2005, fizemos um acordo histórico para a política permanente de valorização do salário mínimo, chamando atenção para as centrais, buscar preservar os pisos salariais, para que o salário mínimo não engolisse o piso, o que acabou acontecendo. Retomamos a política de valorização do salário mínimo, estamos em um mercado de trabalho em expansão, e é preciso que as centrais sindicais nas convenções coletivas cuidem para que o piso salarial e o crescimento da remuneração seja também um indicador de transmissão de renda, acompanhando a tendência de crescimento do salário mínimo”.
Licença Paternidade
“Temos que olhar a manutenção das atividades econômicas, que devem se sustentar, manter as conquistas, nessa primeira fase de convenção coletiva, por tanto os sindicatos que conhecem as entranhas das empresas saberá se a empresa tem capacidade econômica para distribuir mais a sua renda, até por que estamos assistindo aumentar o número de bilionários brasileiros, o que sinaliza a ausência de distribuição das riquezas, como diz o presidente Lula, tem fome e miséria no mundo, não por falta de riqueza, tem gente que passa fome não pela falta da produção de alimentos, mas pela falta de distribuição desta riqueza. Essa distribuição pode vir em forma de licença maternidade, paternidade, conquistas de redução da jornada de trabalho e aumento de salário, desta forma, creio que a economia suportará”.
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