O russo Andrey Perlov, medalhista de ouro na marcha atlética das Olimpíadas de Barcelona, em 1992, tem sido pressionado a se juntar ao Exército da Rússia na guerra contra a Ucrânia.
O ex-atleta foi preso em março deste ano, aos 62 anos, acusado de desviar 3 milhões de rublos (R$ 178 mil, na cotação atual) de um clube de futebol do qual era diretor. As informações são do site BBC.
Perlov e sua família negam que o ex-atleta tenha cometido irregularidades. A família do acusado afirma que ele tem sido forçado a concordar com o alistamento em troca de ter o caso de peculato “congelado” e, ao fim do conflito, “potencialmente arquivado”.
Caso Perlov decida ir à guerra contra a Ucrânia, o processo e eventuais investigações são interrompidos, e encerrados ao fim da contribuição militar.
“Isso virou o sistema de aplicação da lei da Rússia de cabeça para baixo. A polícia agora pode pegar um homem sobre o cadáver de alguém que ele acabou de matar. Eles apertam as algemas e então o assassino diz: ‘Oh, espere, eu quero ir para uma operação militar especial’, e eles encerram o caso criminal”, disse Olga Romanova, diretora da ONG de assistência jurídica Rússia Atrás das Grades, á BBC.
Três advogados que trabalham na Rússia confirmaram à rede britânica que a “opção” se tornou a norma no país.