Um surto de botulismo foi registrado na última semana na Bahia, com ocorrências em três cidades. Foram cinco casos registrados no estado nos municípios de Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Ribeira do Pombal. Os dois primeiros casos foram revelados no dia 17 de setembro, em Campo Formoso.
Dos cinco pacientes confirmados para a doença rara, quatro ingeriram mortadela de frango no dia anterior ao início dos sintomas.
As informações são do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Em 2024, foram registrados seis casos de botulismo no estado.
Entre as seis notificações deste ano, três são relativas a pacientes que seguem internados no Instituto Couto Maia, em Salvador. Um paciente já recebeu alta médica e dois foram a óbito, sendo um em Campo Formoso e um na capital baiana.
De 2014 a 2023, ou seja, em um intervalo de nove anos, foram registrados 16 casos suspeitos de botulismo na Bahia. No ano passado, foram dois registros, diz a Sesab.
O que é o botulismo?
O botulismo é uma doença grave, com alta letalidade, rara e não contagiosa. Ela é causada pela ação de uma forte toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
Essa toxina pode entrar no organismo humano por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados. Mesmo pequenas quantidades podem causar intoxicação grave rapidamente.
A toxina botulínica afeta o controle motor e, por essa razão, pode levar a diversas complicações. Ela pode levar à insuficiência respiratória, que, no geral, é a forma mais comum de morte causada por botulismo. Outras complicações podem incluir:
Dificuldade para falar;
Dificuldade para engolir;
Fraqueza de longa duração;
Fadiga;
Pneumonia por aspiração e infecção;
Problemas no sistema nervoso em geral.
Todas as formas de botulismo podem matar, se não tratadas adequadamente, e são consideradas emergências médica e de saúde pública. No Brasil, a maioria dos casos notificados está diretamente relacionado à contaminação alimentar.
Como prevenir?
A melhor prevenção está nos cuidados com o preparo, consumo, distribuição, comercialização de alimentos e, claro, na higiene dos alimentos e das mãos. Confira recomendações dos órgãos de saúde:
Lavagem e desinfecção de superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
Tratamento da água para consumo (filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar);
Evitar a ingestão de alimentos em conserva que estiverem em latas estufadas ou amassadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou com alterações no cheiro e na aparência;
Evitar produtos de origem desconhecida ou clandestinos;
Lavar sempre as mãos;
Orientar como conservar o alimento em geladeira, não deixá-lo à temperatura ambiente e sempre reaquecer as sobras alimentares;
Ferver o alimento por pelo menos 10 minutos para a inativação da toxina.
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