Indiaroba, município no sul de Sergipe, é uma das pioneiras no Brasil ao implementar sua própria moeda social digital, o Aratu, como forma de estimular a economia local e combater a evasão de capital. Criada em 2022, a moeda foi batizada em homenagem ao caranguejo aratu, símbolo local, e visa garantir que o dinheiro gerado na cidade permaneça e circule na comunidade.
Cada Aratu (A$ 1) tem o mesmo valor que um real e é aceito em mais de 250 estabelecimentos locais. A iniciativa faz parte de um conjunto de políticas estruturantes promovidas pelo programa Cidade Empreendedora do Sebrae, que busca incentivar o desenvolvimento em pequenas cidades por meio de políticas de economia local e crédito popular.
Além de movimentar o comércio, o Aratu é usado em programas sociais, com cerca de 1.100 beneficiários recebendo pagamentos na moeda digital. Este sistema digital, operado pelo Banco Popular de Indiaroba, oferece aos usuários mais acessibilidade e taxas reduzidas, o que favorece tanto os comerciantes quanto os consumidores locais. Por exemplo, comerciantes da cidade, como Jaine Santos Barreto, relatam um aumento de até 30% nas vendas desde que o Aratu foi introduzido, beneficiando o comércio e trazendo maior estabilidade financeira aos moradores.
A moeda Aratu reflete uma tendência de inovação entre pequenas cidades no Brasil, que buscam alternativas locais para o desenvolvimento econômico. O sucesso da iniciativa em Indiaroba, que já movimentou milhões de Aratus, trouxe visibilidade para o município, incentivando novos negócios, gerando empregos e criando uma economia mais sustentável e independente.
Os microempreendedores individuais e proprietários de microempresas, detentores de CNPJs, conseguem trocar o aratu por real para que possam adquirir matéria-prima fora do município para abastecer seus negócios, criando, assim, um mercado alternativo entre prestadores de serviços e consumidores.
Segundo o prefeito Adinaldo Nascimento, o pagamento dos benefícios sociais e a operacionalização do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico são efetuados através do banco e da moeda social.
“É cobrada uma taxa de 2% do empreendedor para exercer seus serviços com a moeda. Esses recursos são direcionados para o Fundo Municipal, que pode ser utilizado para crédito produtivo ou trabalho social. A soma dos 2% de quando você compra um serviço em moeda local, paga um serviço em moeda local ou paga determinada mercadoria, possibilita a gente ter um volume de recursos que não sai do orçamento do município”, afirma o prefeito.
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