O estudante de Pedagogia, Wellington Silva, 24 anos, que concluiu os estudos em 2019, no Colégio Estadual Santa Cruz (antigo Colégio Estadual Deputado Luís Eduardo Magalhães), localizado em Monte Santo, no sertão da Bahia, foi homenageado, neste domingo (13), no programa Domingão com Huck (Rede Globo), devido à sua dedicação e forma lúdica de alfabetizar idosos de sua cidade. Ele atua com Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas (EPJAI) dando aulas de forma voluntária para mais de 55 idosos integrantes do Grupo Cultural Saudade, com o foco em manifestações populares.
O jovem foi convidado para participar do programa após um de seus vídeos, gravados em sala de aula, viralizar nas redes sociais e chamar a atenção. Na filmagem, ele utiliza a música “Sebastiana”, de Luiz Gonzaga, para ensinar um de seus alunos idosos a aprender as vogais, conforme eram apresentadas na letra, em uma espécie de brincadeira com a dança. Postado em sua página do Tik Tok (wellingtonsilva80), o vídeo já possui quase 900 mil visualizações.
Wellinton disse que se sente realizado em ensinar ao público idoso. “Quando eu estou com eles, a minha alma flora e a minha vida faz todo o sentido. Eu costumo dizer que não trabalho naquele momento. Só antes, quando eu faço planejamento. É muito gratificante ver pessoas idosas, que na maioria das vezes ficam ofuscadas dentro das suas casas, no pé de um fogão, se expressando e aprendendo. Os olhos deles brilham nas minhas aulas”.
Prestes a concluir a graduação em Pedagogia, o educador revela que nasceu com a missão de transformar a trajetória dessas pessoas. “A minha vida já veio determinada para atuar com os idosos. Eu fui criado pelos meus avós e, agora, eu estou continuando o trabalho que era realizado pelas minhas tias Waldecy e Nega (sic), que fundaram o Grupo Cultural Saudade e já faleceram. Além das aulas teóricas, eu sempre procuro levar algo lúdico, como músicas antigas do tempo deles, valorizando a nossa cultura, para que eles se expressem e se sintam motivados para ir à escola”.
Fã do educador Paulo Freire, o professor Nininho, como é conhecido, não esconde a emoção com a homenagem recebida. “Eu estou muito feliz e lisonjeado. Nem nos meus melhores sonhos imaginei ser reconhecido de forma nacional. Foi lindo, pois eu levei o meu trabalho com a Educação e os meus idosos comigo. Eu quero que o mundo tenha um olhar mais sensível para o público da terceira idade e que sejam colocados no lugar que eles merecem”, disse, emocionado.
Texto: ASCOM/SEC