22 de novembro de 2024 | BAHIA

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Governo avalia que ‘Jogo do Tigrinho’ pode ser liberado no Brasil

O governo federal acredita que o Fortune Tiger pode ser oferecido pelas plataformas de apostas estabelecidas no Brasil e pretende bloquear sites que ofereçam esse jogo online a partir do exterior. A informação é de integrantes do Ministério da Fazenda ouvidos pelo g1.

Em reservado, entretanto, integrantes do Ministério da Fazenda ouvidos pelo g1 dizem que o Fortune Tiger — conhecido popularmente como jogo do tigrinho – tem quase todas as características necessárias para se enquadrar na lei das bets, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula (PT) dezembro de 2023.

Na visão dessas fontes, a lei que trata das apostas esportivas abriu a possibilidade de as plataformas oferecem jogos online como o Fortune Tiger, definidos como aqueles em que

a) há quota fixa, ou seja, o apostador sabe quanto ganhará a depender de quanto apostar e do resultado;

b) em que o resultado é determinado de forma aleatória, a partir de um gerador randômico de números, símbolos, figuras ou objetos.

Os integrantes da Fazenda ressaltam que, atualmente, outros jogos com características semelhantes ao Fortune Tiger, que também usam roletas e símbolos, podem não ter as condições para serem oferecidos legalmente no Brasil.

Para validar quais jogos atendem a essas condições, a lei das bets previu que todos os jogos passem por certificação de empresas credenciadas pelo Ministério da Fazenda. Até o momento, há quatro: Gaming Associates Europe Ltd, BMM Spain Testlabs, eCogra Limited e Gaming Laboratories International LLC.

Bloqueio de acesso a sites hospedados no exterior

O mercado regulado de apostas no Brasil vai começar a funcionar em 1º de janeiro de 2025. A partir de então, as empresas que quiserem oferecer os serviços no Brasil vão precisar estar sediadas no país e cumprir as regras estabelecidas pelo Ministério da Fazenda, como a certificação de jogos e a abertura de um domínio bet.br.

Até hoje, duas empresas pediram autorização para operar no Brasil.

Para evitar que os jogadores sigam jogando em sites do exterior, o Ministério da Fazenda quer que o acesso a eles seja bloqueado, e para isso pretende acionar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que ficaria responsável por acionar as operadoras de internet.

Nesse sentido, nas últimas semanas, a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), que tem feito credenciamento de plataformas de apostas online, foi à Justiça para tentar impedir que sites de bets não credenciados por ela fossem impedidos de oferecer o serviço para apostadores do estado. A medida é vista na Fazenda como precipitada.

Bets vão ter de fazer avaliação de risco de apostadores

O Ministério da Fazenda deve publicar ainda este mês 7 portarias para regulamentar o mercado de apostas.

Uma delas, publicada nesta sexta-feira, 12, estabelece que as plataformas estabelecidas no Brasil terão que identificar, qualificar e fazer classificação de risco dos apostadores e comunicar transações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do governo federal que atua no combate à lavagem de dinheiro.

Outras devem tratar de

  • Regras para os caça-níqueis virtuais e outros jogos online;
  • Direitos e deveres das casas de aposta com os apostadores;
  • Prevenção ao vício em jogos;

Promessas infundadas de lucro são proibidas

Nos últimos meses, operações policiais l em vários estados do país têm mirado influenciadores que divulgam jogos tipo o Fortune Tiger.

Em Alagoas, por exemplo, a Polícia Civil descobriu que uma influenciadora usava uma conta de demonstração, que prometia um ganho rápido de R$ 500 que não acontece quando se joga de fato.

A suspeita, em casos como esses, é de estelionato, que é o crime de lucrar ilegalmente induzindo alguém a erro.

A lei das bets trata do assunto. Ela proíbe as plataformas de veicular informações infundadas sobre a probabilidade de ganhar ou deem a entender que as apostas podem ser uma alternativa ao emprego, solução para problemas financeiros, fonte de renda adicional ou forma de investimento financeiro.

Além disso, a lei obriga empresas que ofertam publicidade na internet a excluir as propagandas que estejam em desacordo com as regras.

Por G1

Foto: Alice Labate/Estadão Conteúdo