A partir do próximo domingo, 7, a população coiteense pode começar a contagem regressiva para comemoração do centenário de emancipação política e administrativa, quando o município irá completar 91 anos de muita história, parte dela já pode ser contada com a inauguração do museu que aconteceu na noite desta quarta-feira, 3, faltando apenas 4 dias para celebração da sua “data magna”.
A implantação do museu de Coité foi a realização de um grande sonho do poeta, historiador e cordelista Carlos Neves de Freitas que há décadas vêm catalogando a história através de objetos, fotografias, memoria, tendo reservado uma sala de um prédio de sua propriedade na Rua Padre Madureira, vizinho a Casa Paroquial, um espaço onde expôs todo seu projeto, enquanto aguardava um mais adequado para inaugurar oficialmente o museu e este dia chegou com importante apoio da Prefeitura Municipal que ofereceu toda estrutura necessária em um imóvel em local de fácil acesso com vigilante permanente, diversas câmeras de segurança espalhadas em todas às salas e área externa.
O museu recebeu o nome Maria Neves, mãe de Carlos Neves, que nesta sexta-feira, 05, completam 49 anos do seu falecimento.
Ato de inauguração
Como de praxe a Prefeitura montou uma estrutura ao lado do museu na Praça Porcina Rosa Araújo, conhecida também como Praça do Forum onde aconteceram os discursos. Antes, a secretária de Comunicação do município Heloísa Gomes leu um texto escrito por Carlos Neves, contando um pouco da história de sua mãe que era conhecida como Maria Palheira
Carlos Neves disse que a história de sua mãe é marcada por muitas coincidências, mulher pobre, por ele ter passado de ano, deu um ingresso de presente para assistir a um espetáculo em um circo montado na mesma praça do museu, depois viu seu filho retirado de dentro do circo acusado de ter entrado por debaixo da lona e dona Maria Palheira muito furiosa partiu para tirar satisfação com o homem que colocava seu filho pra fora de forma truculenta. No museu tem um espaço que conta a história da residência onde ela viveu.
Segundo Neves, este periodo do ano tem um simbolismo muito grande, sua mãe foi atropelada em 5 de julho [1975], faleceu no dia 6 e sepultada no dia 7, quando Coité completava 42 anos de emancipação política. Para ele um dos momentos mais emocionantes de sua vida, mas o grande sucesso na inauguração motiva pensar em ampliar o espaço, pois, o que está exposto ali representa cerca de 30% de todo seu acervo.”Enquanto isso não acontece, aqui serão realizadas exposições rotativas e exposições periódicas para que a comunidade conheça outros materiais” afirmou.
O prefeito Marcelo Passos de Araújo em seu discurso disse que é muito importante a cidade implantar um museu, “eu acho que a gente não consegue avançar no futuro sem conhecer o passado, nós precisamos dar essa oportunidade aos mais jovens conhecer a nossa cultura e tradição, e a história dos nossos antepassados. Isso é muito importante e posso dizer com muita franqueza que é uma das inaugurações mais importantes do meu governo. É um museu relativamente pequeno, mas tenho certeza que em breve ganhará um espaço maior para podermos contar efetivamente a história de nossa cidade e do nosso povo aos jovens das futuras gerações”, disse o gestor.
Marcelo disse ainda que conheceu todo acervo de Carlos Neves no início de 2021 e falou que não podia manter aquilo empacotado, tinha que mostrar as pessoas, “e ele, pessoa muito proativa se colocou a disposição, cedeu em regime de comodato pra Prefeitura de Coité, sem nenhum custo, simplesmente para contribuir com as futuras gerações terem acesso a nossa história, então Carlos Neves está de parabéns, foi uma atitude nobre da parte dele, e nós não podíamos fazer diferente homenageando a mãe dele”, destacou o chefe do executivo coiteense.
Marcelo disse ter se emocionado quando passou na sala que tem a foto de Silvestre Sampaio (Vestinho, pai de Raimundo Mascarenhas) a qual leva seu nome e onde estão expostos equipamentos fotográficos. “Eu era menino quando conheci e nunca esqueci dele. Na epoca tinha seu Vestinho e seu Luiz, de fotógrafos em Coité, então isso é muito importante as pessoas conhecerem. Conhecer o primeiro prefeito de Coité, seu Fragoso, a história dele e aqui a familia foi representada por Paulo Fragoso um dos seus filhos”, finalizou Marcelo.
O território do sisal é composto por 20 municípios e Monte Santo era a única cidade a possuir museu. Quem visita conhece uma replica do tamanho original da Pedra do Bendegó, meteorito que caiu na cidade no século XVII.
A pedra, que pesa 5,6 toneladas, foi achada em 1784 perto de um riacho onde hoje está Monte Santo e levou quase um ano para chegar ao Rio. O meteorito foi levado para o Museu Nacional a mando do Imperador Dom Pedro II em 1888 e permaneceu no local desde então, sendo, inclusive, uma das poucas peças que resistiu ao fogo no Museu do Rio de Janeiro em setembro de 2018.
Informações Calila Notícias
Foto: Raimundo Mascarenhas