Terminou por volta das 2h desta quarta-feira (22), o júri dos réus e ex-policiais militares Adriano Nascimento Silva e Sérgio Ricardo Sobral Ramos, acusados pela morte do subtenente da Polícia Militar Juceny Rodrigues da Fonseca Ottoni, no mês de março de 2019.
Através do Conselho de Sentença, os réus foram absolvidos. O júri, que durou 18 horas, foi realizado no Fórum Desembargador Filinto Bastos, em Feira de Santana, presidido pela juíza Márcia Simões Costa e também contou com a presença de familiares e amigos da vítima.
Juceny Rodrigues da Fonseca Ottoni, 48 anos, foi morto a tiros na Rua El Salvador, no conjunto Feira VII, em Feira de Santana no dia 21 de março de 2019. Ele estava em uma motocicleta, quando foi alvejado na barriga, braço direito e costas.
De acordo com informações da polícia na época, houve um confronto entre Juceny e os dois réus. Eles estavam de folga no momento do crime, atuando como seguranças e teriam confundido a vítima com um assaltante que estaria agindo no bairro.
Os policiais acusados pela morte de Juceny foram demitidos da corporação em 2021 e estavam respondendo pelo crime em liberdade.
O que diz a defesa
Após a realização do júri, o Acorda Cidade conversou com o advogado de defesa Joari Wagner. Questionado sobre como ocorreu o crime, o advogado aproveitou para relembrar o caso.
Sentença o que realmente aconteceu. Além dos vídeos tivemos prova testemunhal, testemunhas oculares do fato que foram ouvidas no julgamento, tivemos perícias no processo, interrogatórios, então há todo um conjunto de provas que foram analisadas pelos juízes e levaram a esse resultado”, contou.
Sobre a possibilidade da acusação recorrer à sentença, Joari Wagner concluiu que o Ministério Público tem um prazo de cinco dias para análise do processo.
“Há um prazo de cinco dias de recurso por parte do Ministério Público, o promotor de justiça que inclusive fez um brilhante trabalho do julgamento, um promotor extremamente ético, combativo que é o Dr. Vitor César e ficou de analisar no prazo previsto em lei a possibilidade de recorrer desta sentença”, concluiu.
O que diz a família
Ao site Acorda Cidade, a filha da vítima, Kailene Ottoni informou que a família irá recorrer da decisão que foi decretada na madrugada desta quarta-feira.
“Foi um momento difícil para mim, pelo fato de ser a filha mais nova, ter o meu pai como minha maior referência, como profissional, como filho exemplar. Eu vi todas as injustiças dentro de um júri que durou 18 horas e um minuto, onde os acusados são absolvidos, enquanto meu pai está morto. Uma fiha hoje, órfã, mas não iremos desistir. Iremos recorrer perante à justiça, pois é apenas o que queremos, justiça. As imagens mostram claramente o momento em que meu pai tomou o primeiro tiro, e em sua legítima defesa, revida. Eram dois contra um”, relatou.
Além de Kailene, o subtenente deixou mais três filhos.
Informações extraídas do site Acorda Cidade