Enquanto muitos desejam ter seu nome conhecido e divulgado na impressa, Daniel Cravinhos já mudou seu sobrenome duas vezes, para não ser identificado como um dos assassinos do casal Richthofen.
Relembre o caso
O crime aconteceu em há mais de 22 anos, na noite de 31 de outubro de 2002, quando os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos mataram a pauladas os pais de Suzane, o engenheiro Manfred, e a psiquiatra Marísia Von Richthofen, na mansão do casal, no Campo Belo, zona sul da capital.
À época, a jovem de 18 anos e mentora do crime, disse às autoridades que os pais não aprovavam o namoro e faziam pressão para que ela rompesse o relacionamento. No julgamento, em 2006, Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos e seis meses de prisão, já Cristian a 38 anos e seis meses.
Dos três, apenas Cristian continua preso. Ele aguarda a decisão da Justiça para saber se irá voltar às ruas ou não.
Anos antes, em 2017, ele chegou a ir ao regime aberto, mas perdeu o benefício após ser detido suspeito de agredir uma mulher, além de tentar subornar policiais em Sorocaba (SP) e estar fora da comarca declarada à Justiça. Na ocasião, ele teria oferecido R$ 1 mil para não ser preso e disse que o irmão, Daniel, viria da capital com mais R$ 2 mil para os policiais.
Com ele, os agentes encontraram dinheiro e uma munição 9 mm, que tem uso restrito. Meses depois, ele foi absolvido da acusação de porte ilegal de munição, mas não escapou do crime de tentativa de suborno, sendo sentenciado a mais quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa.
Já Daniel está em regime aberto desde 2018, e hoje trabalha com customização de motos.
Suzane também cumpre o restante da pena em liberdade, e está solta desde janeiro de 2023. No ano seguinte, ela engravidou e se tornou mãe de um menino.
Relacionamentos amorosos
O matrimônio ocorreu de forma reservada em Santo André, região do Grande ABC, contando apenas com familiares e amigos próximos. Carolina Andrade, a nova esposa de Daniel, tem uma história no passado recente que adiciona uma camada extra de complexidade à relação. Ela foi a amante de Daniel durante seu namoro com Andressa Rodrigues. Esse relacionamento extraconjugal não foi apenas uma questão de infidelidade, mas também gerou mudanças significativas na vida pessoal de Cravinhos.
O relacionamento entre Daniel Cravinhos e Carolina Andrade começou enquanto ele ainda estava envolvido com Andressa Rodrigues, que estava grávida na época. A descoberta da traição por Andressa ocorreu através de uma clonagem do celular de Daniel, revelando mensagens comprometedoras entre ele e Carolina. Este evento não apenas terminou seu relacionamento com Andressa, mas também marcou o início de sua união com Carolina, com quem ele formalizou o matrimônio neste início de ano.
Além do casamento, outro marco recente na vida de Daniel foi o nascimento de seu primeiro filho, fruto da relação com Andressa Rodrigues. Este acontecimento coincidiu com as tensões finais de seu relacionamento anterior, intensificadas depois que Andressa descobriu a traição.
Alteração do sobrenome
Daniel excluiu o “Cravinhos” em 2014, quando se casou pela primeira vez. Ele alterou os documentos para Daniel Bento de Paula e Silva, adotando o sobrenome da então esposa, a biomédica Alyne Bento, 38. Agora, ele adotou “Andrade”. Daniel tirou o nome da ex-esposa, com quem ficou casado até 2019. A alteração veio após o casamento com a também biomédica Carol Andrade, 26, no último sábado (25/01).
Os dois assumiram a relação depois de ele terminar no final de 2024 com estudante Andressa Rodrigues, 29, com quem teve um filho. “Fui traída, feita de otária. Mas a vida segue”, afirmou ela ao jornal O Globo à época da separação.
Lei permite mudar de nome uma vez e de sobrenome quantas vezes quiser. Proposta entrou em vigor em 2022 para maiores de 18 anos e pode ser feita diretamente nos cartórios de registro civil. Antes, o processo era possível somente via decisão judicial. Já alterações de sobrenome são mais comuns para inclusão e exclusão de sobrenome de cônjuge.”Nos casos em que haja a suspeita de que o solicitante seja um criminoso, suspeita de fraude ou má-fé, o caso pode ser levado a um juiz a fim de que este autorize ou não a mudança”, diz a advogada Mariana Pereira Monteiro de Castro, coordenadora do Departamento Jurídico do Instituto Focar e sócia do escritório Diniz&Castro Advocacia e Consultoria Jurídica.
As taxas variam entre R$ 100 e 400, a depender do estado. Valor é de cerca de R$ 200 em São Paulo, onde Daniel cumpre pena em regime aberto. Quem quer incluir sobrenome familiar, por exemplo, precisa apresentar linha ascendente, explica de Castro. Já para incluir ou excluir o sobrenome do cônjuge, é necessário ter a certidão de casamento em mãos. “Aponta-se, nesse sentido, que o cônjuge pode inclusive reaver o nome de solteiro ainda que permaneça casado”, diz a advogada.
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